Nos sítios arqueológicos há determinados tipos de materiais que são de difícil conservação visto a sua fragilidade. Contudo, em certas ocasiões, por questões ambientais, é possível encontrá-los intactos. Entre estes materiais estão os vestígios ósseos, tanto de animais quanto de humanos. Os ossos de diversos tipos de animais encontrados nas escavações arqueológicas são originários de atividades de caça ou de pesca, pois a carne fazia parte da alimentação das populações pré-históricas. Assim, além dos ossos servirem para a identificação da espécie, a presença de cortes e queima confirmam, para os especialistas, que eram parte da alimentação. Os ossos também foram empregados como matéria prima para a produção de alguns artefatos, como adornos, armas e instrumentos musicais.
Já os ossos humanos podem ser encontrados pelos arqueólogos em sítios semelhantes a cemitérios. Mas diferente da nossa população que utiliza um caixão, as sociedades pré-históricas inumavam os seus parentes em urnas funerárias – grandes vasos feitos de cerâmica.
Ao descobrimos um esqueleto e analisarmos os seus ossos podemos verificar se o indivíduo era um homem ou uma mulher, a idade que ele ou ela tinha quando morreu, suas doenças – por vezes visíveis nos ossos – ou se sofreu alguma violência.
Quando os arqueólogos localizam um antigo cemitério, podem encontrar os esqueletos enterrados de duas maneiras diferentes:
Em um enterramento primário, quando todos os ossos estão em seus lugares originais, já que ninguém mexeu no corpo após o enterro;
Em um enterramento secundário, quando o corpo foi enterrado uma primeira vez, depois foi desenterrado e os ossos foram limpos, sendo em seguida reorganizados e novamente enterrados.
Você consegue apontar, nas figuras a seguir, qual é o enterramento primário e qual é o secundário?
As diferentes sociedades pré-históricas que viveram na bacia do Rio Tibagi empregaram rochas e minerais, que se encontram disponíveis na região, para a produção de ferramentas. Estas tinham os mais distintos usos, que incluíam a fabricação de pontas para a caça, de raspadores para trabalhar couro e outros materiais, de facas para cortar, de lâminas de machado, que poderiam ser encabadas, para o corte de árvores. Chamamos estas peças de materiais “líticos”, pois “litos”, em grego, significa pedra. Para a produção de peças líticas o homem pré-histórico empregava principalmente duas técnicas:
Lascamento – quando uma pedra mais dura era utilizada como um martelo (batedor) para retirar pequenas porções de outra rocha (denominada “núcleo”) com o objetivo de se obter uma lasca. Esta lasca poderia ser usada diretamente como um objeto cortante, ou retrabalhada para que fosse criada uma ferramenta.
Polimento – quando se empregava uma rocha mais dura (que dificilmente poderia ser lascada) para a elaboração de uma ferramenta que era obtida a partir da fricção desta em outra rocha. Neste processo era colocada uma porção de areia molhada e, na sequência, a peça ia sendo lixada. Mãos de pilão e lâminas de machados são as ferramentas mais comuns confeccionadas por meio deste processo.
Agora que você já conhece os processos, vamos observar as ferramentas abaixo e marcar se são peças lascadas ou polidas?