Uma das formas de comunicação que o meu povo usava e era muito comum na pré-história era a arte rupestre, que consistia na produção de gravuras e pinturas em rochas, paredes de cavernas, abrigos sob rochas e grutas. As artes rupestres foram produzidas por diferentes populações no Brasil, inclusive pelo meu povo, que viveu no Tibagi. Essas artes são divididas atualmente no país em oito tradições, das quais duas englobam o Paraná: a tradição Planalto (com pinturas em cavernas, abrigos e paredões) e a Geométrica (com variedades de gravuras de formas geométricas quase sempre sem representações de figuras, localizadas fora de áreas alagáveis). No vale do Rio Tibagi, destaca-se a tradição Planalto, com muitas gravuras de animais (principalmente cervos), figuras geométricas e imagens de vegetais. Nosso povo usava muito a cor vermelha nas artes rupestres, no entorno do rio. Vamos aproveitar e conhecer um pouco mais sobre como eram feitas as pinturas e as gravuras.
Nós, seres humanos da pré-história, usávamos duas técnicas para fazer uma gravura: o picoteamento e a incisão. Na primeira técnica, fazíamos uma espécie de gravação com a ajuda de um batedor, para tirar pequenas quantidades de rocha e criar uma figura na rocha. Já a segunda técnica, que ocorria em regiões perto de rios, usávamos rocha, areia e água para fazer a raspagem da superfície e formar sulcos que compunham a figura.
Nós também usávamos, no início de nossas manifestações com arte rupestre, os dedos e a mão como um todo para fazer as pinturas. Mas, aos poucos, passamos a fazer pincéis, feitos com caule de planta ou galho de árvore e pelos de animais, para pintar. A tinta era feita com pigmentos de origem mineral misturados com um aglutinante (espécie de cola) que poderia ser óleo, gordura, clara de ovos ou até mesmo urina. Além disso, fazíamos pigmentos em pó, que eram assoprados nas rochas, e também esfregávamos diretamente o pigmento seco no local da pintura.