Os seguintes documentos tratam da visita feita pelo Imperador D. Pedro II quando de sua passagem pelo Paraná em 1880. Nela temos (Fonte 1) a narrativa do jornalista sobre o que o imperador viu e visitou; e (Fonte 2) o relato do próprio D. Pedro II.
No dia seguinte 25 de maio de 1880 as 06:00 horas da manhã, os nossos imperantes e sua comitiva, continuaram viagem sem incidente algum e pararam no Alto da Serrinha do Paredão, onde sua majestade o Imperador, apreciou o lindo panorama, que apresenta o lugar e tomou algumas notas, em sua carteira, pouco aquém da ponte, achava-se um marco elegantemente adornado, onde se lia a palavra “Salve”, e “Viva d. Pedro II”, suas majestades se aproximaram deste lugar, da parte dos habitantes e chegando levantaram-se por parte do povo reunido, centenas de foguetes e estrepitosas vivas, em uma grande expressão, a Serrinha, achava-se toda arborizada em sinal do regozijo, que se achava possuído de tão honrosa visita, o pessoal da comissão do Sr. Tourinho, chefe da Estrada do Mato Grosso, a parte confiada, direção de seu ajudante, engenheiro G. Wielnnt. (...) Tempo depois sua majestade e sua ilustre comitiva seguiram para o povoado de São Luís onde almoçaram, aí tiveram SS.MM. uma estrondosa recepção como na Serrinha, achava-se esta pequena povoação toda arborizada, destacando-se no entanto um fabuloso arco, com a inscrição “AVE”, depois, depois do almoço e um pequeno descanso seguiram viagem até a Ponte dos Papagaios, onde SS.MM. apearam outra vez, e sua majestade o Imperador, desceu até o Lajeado que forma o leito o rio por baixo da ponte, para bem examinar a construção dessa obra, que pode-se garantir, que será a primeira desse gênero na província, merecendo por ser elogiada por sua majestade o Imperador e mais pessoas da comitiva. Depois de um minucioso exame da Ponte dos Papagaios, dirigiram-se nossos soberanos e a ilustre comitiva pela estrada velha, atendo-se sua majestade o Imperador ao núcleo Capão da Anta, e depois de percorrer todo o sítio da fazenda, indagou dos colonos russos o que eles estabelecidos, qual era a sua plantação e assim como outros da sua condição de seu bem-estar.
Fonte 1: Jornal Dezenove de Dezembro, terça-feira, de 1 de junho de 1880, no. 2051.
Serrinha
Nada de notável até a Serrinha. A subida não é difícil. Do alto a vista, apesar de haver neblina em alguns vales, era belíssima, tanto do lado de Campo Largo como dos campos gerais. De cima de montanha xistosa fiz às pressas o contorno das montanhas que se descobrem ao longe do lado de Campo Largo. Ao chegar ao alto, onde tomei café na casa de um Hermes de tal, passei por baixo de um arco de fetos e trepadeiras lindíssimo. Os campos parecem os do Rio Grande. Almoço em São Luís, Ponte dos Papagaios, boa obra cujas dimensões dos dois arcos de pedra de grés duro assentes sobre lajes do rio são consideráveis. Custara pouco mais de 36 contos. Em São Luis é a separação das águas que vão à Ribeira das dos afluentes do Paraná.
Fonte 2: D. Pedro II: diário da visita à Província do Paraná. Org. por Francisco Marques dos Santos. Ponta Grossa, UEPG, 2008.
1. Ao ler ambas as fontes, o que elas dizem sobre a ponte sobre o Rio dos Papagaios?
2. Você sabia que se trata de um monumento tombado pelo Patrimônio Histórico? Agora observe a imagem e faça um desenho da ponte.