A utilização da cerâmica é frequentemente associada às sociedades mais ou menos sedentárias, quando a horticultura passou a integrar as atividades do cotidiano. Era necessário elaborar peças de cerâmica para cozinhar, armazenar e transportar o que se cultivava ou coletava. Por ser um material que quebrava com certa frequência os sítios arqueológicos, que são resultado da ocupação de populações ceramistas, estão repletos de fragmentos e, até mesmo, é possível encontrar peças completas nas escavações feitas pelos arqueólogos.
A tecnologia empregada pelos ceramistas que viveram no vale do rio Tibagi ainda existe entre outras populações indígenas brasileiras. Vejamos como é feito este processo. A produção da cerâmica depende inicialmente da matéria prima, para tanto os indígenas buscam boas fontes de argila junto às margens dos rios ou no fundo desses.
Após a coleta o barro é levado para a aldeia. Mistura-se então um antiplástico, ou seja, um material que reduzirá a plasticidade da argila, a exemplo de cinza de cascas de árvores, areia ou mesmo cerâmica moída.
Uma vez feita a mistura do antiplástico com a argila, a artesã ou artesão começa o processo de confecção da peça propriamente dita.
Inicialmente são feitos roletes a partir de uma porção de argila. Com ambas as mãos, em um movimento continuo das palmas, a argila foi tomando a forma de um cordão espesso. Na sequência os roletes vão sendo enrolados em uma espiral, um sobre os outros até que a forma do vasilhame seja obtida. Os dedos são então utilizados para unir os roletes, de forma que toda a superfície fique lisa. Por fim é feita a decoração que pode ser feita de múltiplas formas: pela incisão (cortando ou marcando a argila), excisão (retirando porções da argila) ou por meio da pintura (feita com o auxílio de um pincel ou palito). Após a secagem do vasilhame, feita ao longo de algumas semanas à sombra, o vasilhame é queimado. Tanto na pré-história brasileira quanto entre as diferentes sociedades indígenas atuais, o processo da queima é sempre feito ao ar livre. A peça a ser queimada é envolvida por madeira e permanece no fogo por um dia ou dois.
Agora que você conhece o processo, observe as imagens abaixo. Você consegue numerá-las de acordo com o passo a passo apresentado acima?
Quando artefatos arqueológicos são encontrados nas escavações eles são devidamente registrados, para que as informações obtidas com eles não se percam. Assim, fotografias, desenhos, medições e anotações são feitas de forma precisa antes de uma peça ser levada para um laboratório. Após um processo de limpeza e catalogação o objeto é estudado para ser exposto em um museu. Neste trabalho diversas perguntas podem ser feitas sobre a peça, como as que estão na ficha de análise abaixo. Vamos conhecer e preencher uma dessas fichas? Utilize a fotografia ao lado como referência.
O que é o objeto que você descobriu?
Qual o tamanho do objeto (altura, largura, profundidade)?
O objeto está completo?
Qual a sua cor?
De que material ele é feito?
Como o objeto foi feito?
Para que o objeto foi produzido?
Qual a importância deste objeto para quem o usou?
Você conhece ou usa um objeto semelhante?