Por volta dos anos 2500 a 2000 a.C., nós passamos a dominar o território que depois se tornou o estado do Paraná e nos dedicamos à horticultura (ou seja, o cultivo de vegetais). Passamos também a utilizar uma nova tecnologia: a produção de cerâmica. Pelo fato de que éramos mais sedentários (vivíamos mais fixos ao território e não andávamos tanto a procura de alimento e água) e de convivência em aldeias, utilizamos da argila para a produção desses utensílios. A plasticidade da argila facilitou seu uso para estes utensílios, pois, ao queimá-la, a argila se transforma em cerâmica. Com a nova tecnologia, pudemos cozinhar e armazenar alimentos, em especial para suprir as necessidades alimentares em períodos de falta de comida. Dois tipos de cultura ceramista povoaram o território do Paraná: Itararé e Tupiguarani. Vamos juntos conhecer um pouco mais sobre nossa cultura.
Estava principalmente em áreas mais altas do território que hoje é o estado do Paraná, em locais com a presença de Araucárias, árvore símbolo do estado. Os abrigos eram subterrâneos: abríamos buracos na terra, principalmente nas encostas dos morros, que tinham profundidade de até dois metros e meio e largura de dois a cinco metros, que tinham estruturas como escadas de pedra e pilastras para sustentar o telhado. Os vestígios que deixamos mostram o quanto éramos bem organizados nessa cultura e vivíamos em comunidades, de seis até mais de 60 famílias. Também se destacaram em nossa cultura a limpeza das casas e de seus arredores. Dentro das moradias, usávamos alguns utensílios, principalmente cerâmicas feitas com argila, que poderiam ter alguma decoração, além de instrumentos para produzir fios, bolas de argila e estátuas de mulheres. Ainda usávamos objetos feitos com ossos e conchas. O pinhão das araucárias era uma importante fonte de alimento para nós.
Grupo presente em grandes áreas do Brasil. Nesta cultura, nós ceramistas tínhamos vocação para navegar e costumávamos morar nas proximidades dos rios e em locais de mata. O interior e o litoral tinham muitas conexões, a exemplo do Caminho do Itupava, que atravessa os rios Tibagi e Ivaí, e era utilizado por nós. Os vestígios que deixamos mostram que vivíamos em comunidades numerosas, em extensas regiões. Costumávamos formar pequenas vilas, com algumas casas (geralmente de forma circular) ao redor de praças, além da presença de um cemitério. Também tínhamos o costume de enterrar os mortos com seus pertences em urnas, o que mostra o cuidado com entes queridos. Também gostávamos de decorar suas cerâmicas, com pequenos objetos, desenhando na argila ou com pinturas. Além das cerâmicas, possuíamos diversos artefatos como colheres, panelas, machados, afiadores e batedores, usados para trabalhos em geral. Tínhamos ainda costume de cultivar mandioca, feijão, amendoim e algodão.