Os rios que compõem a Bacia do Tibagi passam por terrenos em sua maioria sedimentares, ou seja, formados por fragmentos de rochas que foram levados para essas regiões devido ao movimento dos continentes, das águas e do vento. Eu vi muitos desses movimentos acontecerem enquanto o rio estava se formando. Esses cursos d’água estão sobre a bacia sedimentar (região de depósito de sedimentos) do Paraná, que ocupa boa parte do centro-leste da América do Sul. Os rios também passam por terrenos que compõem o Escudo Paranaense, que constitui as porções mais antigas e elevadas do estado. Vamos conhecer quando foram formadas essas rochas que compõem os territórios por onde passa o Tibagi e seus afluentes.
Foi quando se formaram os sedimentos mais recentes, há cerca de 65 milhões de anos. São as formações geológicas localizadas (que são grupos de rochas com características semelhantes) encontradas nas áreas de deposição dos rios, em suas margens, na porção Sul da Bacia do Rio Tibagi.
Nesse período, as rochas foram formadas entre 65 milhões e 250 milhões de anos atrás. Destacam-se várias formações geológicas: rochas areníticas que compõe o importante Aquífero Guarani; arenitos, siltitos e argelitos, pela deposição em rios e lagos; formações originadas de grandes derramamentos de rochas magmáticas, principalmente com basalto; e rochas intrusivas básicas, como preenchimento de fraturas surgidas em épocas geológicas anteriores.
Este período geológico vai de 250 a 570 milhões de anos. Há um grande número de formações rochosas dessa época na Bacia do Tibagi, das quais podemos destacar: Formação Irati (uma sequência de rochas do tipo folhelhos com fósseis na cidade de Irati, com espessura de 40 a 70 metros); Formação Palermo (constituída de rochas do tipo siltitos e argelitos de origem marinha por meio do depósito da inundação do grande e antigo continente Gondwana); Formação Rio do Rastro (com rochas de origem sedimentar, formadas em ambiente fluvial); Formação Ponta Grossa (tem como origem depósitos litorâneos e é formada por folhelhos e siltitos, intercalados com arenitos); Grupo Castro (fica nos municípios de Castro, Carambeí, Piraí do Sul e Tibagi, com rochas vulcânicas intercaladas a rochas sedimentares que nasceram por causa de deposição de sedimentos em lagos e rios); e Grupo Itararé (apresenta rochas que nasceram após o depósito de sedimentos que foram resultado da glaciação da Gondwana).
Ocorreu entre 570 milhões e 2,5 bilhões de anos atrás. Nessa época se formaram as rochas mais antigas da Bacia do Tibagi. Algumas se encontram atualmente no território do município de Carambeí e são chamadas de Formação Camarinha. Em Piraí do Sul e Castro encontra-se a Formação Itaiacoca, que tem mármores intercalados com outros tipos de rochas. Também em Piraí do Sul e Castro, mas em regiões menores, está a Formação Votuverara, com rochas do tipo filitos, calcários, quartzitos e metaconglomerados, com depósitos de sedimentação de origem glacial, entre outros. Vamos conhecer algumas formações do relevo da região e como elas chegaram a esse ponto.
São monumentos conhecidos pelo atrativo turístico e estão perto da nascente do Tibagi. Compostos por rochas do tipo arenito, foram formados pela compactação e endurecimento de camadas de areia, cerca de 300 milhões de anos atrás, quando a América do Sul ainda estava ligada à África, Antártida, Oceania e Índia, em um antigo e imenso continente chamado Gondwana. As geleiras que existiam naquela época, ao se movimentarem, geraram sedimentos, que foram carregados por rios e enxurradas e depositados onde hoje fica o Parque Estadual de Vila Velha. As rochas foram formadas após vários eventos geológicos. A erosão esculpiu o arenito, devido à ação de águas pluviais durante o Período Quaternário (mais ou menos nos últimos 1,8 milhão de anos). Os arenitos do parque lembram cones, torres e pilares. O monumento mais conhecido é a Taça, símbolo da região.
Conhecidas também como “Poços de Desabamento”, têm feições cilíndricas com profundas paredes verticais. Nos Campos Gerais, são encontradas aproximadamente 50 furnas, a maioria rasa e pouco desenvolvida. As furnas se formaram devido à infiltração de água nas fraturas das rochas de arenito, que levam ao surgimento de uma cavidade subterrânea. Aos poucos, essa cavidade aumentou e provocou o rebaixamento da superfície e seu posterior desabamento. Uma das furnas mais conhecidas dos Campos Gerais é o Buraco do Padre, que possui 30 metros de diâmetro e pouco mais de 40 metros de profundidade. Além disso, sua estrutura possui túneis, fendas e um rio subterrâneo associados com arenitos nas paredes rochosas.
Com extensão de 30 quilômetros e desnível de 450 metros, é formado por paredões no entorno do Rio Iapó, que nasce em Piraí do Sul e deságua no Rio Tibagi. Esse cânion se formou há aproximadamente 120 milhões de anos, ainda na época da separação entre América do Sul e África. Essa separação e o processo de vulcanização que se seguiu, formaram grandes paredões. Após milhões de anos, o Rio Iapó começou a encaixar-se nas fraturas das rochas. A ação das águas foi responsável por cavar as rochas, cortando ao longo das fraturas o arenito que forma o solo da região até alcançar as rochas vulcânicas que estão em sua base. Por isso, a diferença na resistência das rochas ao intemperismo (processo de desgaste das rochas) é importante para a formação do Guartelá.